Tuesday, June 08, 2004

A primeira carta...

Foi assim, sem ódios nem rancores. Sem as confissões promíscuas, medos ocultos ou palavras aguçadas. Apenas um cansaço maduro com uma aptidão para o abandono e necessidade franca de estar só. Numa incompreensível solidão masoquista que rasga sentimentos sem que verdadeiramente se o sinta.
Acabou-se a felicidade a dois. Ainda que não haja motivo válido para isso. Afundei-me numa apatia e egoísmo patético por tudo aquilo que não fizemos um pelo o outro. O desinteresse pelo mundo comum partiu. Tentamos transcender o quotidiano de uma forma utópica, desastrosa e insensata. não optamos por conduzir os sentimentos.
O amor, o Carinho, e o amor que fizemos como se abre uma torneira para se regar a relva seca e estéril de um jardim seco e estéril.
Tentamos falar de nós, dos outros, de tudo...transformando cada palavra num tijolo duro e áspero de uma parede que foi crescendo cada vez mais alto.
Faltámos a todas as promessas que esquecemos de jurar pelos dois. Entregamo-nos à insaciável vontade de nada fazere assim morremos.
Travamos uma luta de silêncios e fomos vencidos pelo marasmo.
Agora cada um seguirá o seu caminho, sem promessas enganos, nem mesmo um sonho por companheiro apenas uma nostalgica vontade de namorar uma alma cansada...


Declaração de (in)depêndencia mental por ti juro